25/09/2008

Dicas II

Faça Carteirinha Internacional de Estudante

Durante todo o trajeto eu pude usar algumas vezes a Carteirinha Internacional do Estudante, porém também levei a carteirinha de alberguista, mas de nada me adiantou.

Ou seja, se for viajar por lá não se preocupe em fazer a de alberguista. Será dinheiro jogado fora.

21/09/2008

Costa Rica - San José

Costa Rica é um país que não tem exército. Na verdade é um parque temático dos EUA. Acho que esse foi um dos motivos de esperarmos tanto na fronteira. Como é um trabalho burocrático, só começou às 7h da manhã, sendo que estávamos lá desde as 5h30.
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Enquanto esperávamos, conheci um Venezuelano que estava fazendo doutorado na Alemanha. Vivia em Berlim a dois anos e estava viajando pelas capitais da América Central para colher as informações necessárias para sua tese - mais tarde reencontrei-o em El Salvador, na rodoviária, um total acaso.

Uma coisa interessante dessa viagem é que você reencontra caras conhecidas. Pois todos fazem, em parte, o mesmo caminho. Seja subindo ou descendo o trajeto.

Cheguei a San José. Era a tarde e estava chovendo. Peguei um taxi até o albergue. Conversando com o taxista ele me contou um pouco da cidade. Mostrou-me a "calle de los drogaditos”, onde ficam pessoas marginalizadas. Disse-me que há muito crack no país e não recomenda passar por ali. A capital parece uma cidade mediana do Brasil. Poucos prédios, muitas casas.


Se não fosse a chuva teria dado uma volta, mas acabei ficando no albergue, que por sinal era bem interessante! Tinha internet e piscina. Pena que estava chovendo.


Costa Rica Backpackers

  • U$16
    (esse sim foi o albergue mais caro, mas pois não aceitaram minha carteirinha de estudante, porque era nacional, mas tem desconto);
  • Internet grátis;
  • Boa localização;
  • Piscina;
  • Café da manhã (se eu não me engano)

http://www.costaricabackpackers.com/

Uma coisa interessante: no meio do ano não é verão na América Central. Eles chamam de estação das chuvas. Eu imaginava que como o mundo é dividido em polo norte e sul, e aqui no Brasil é inverno, logo, acima da linha do equador seria verão. Mas não me liguei em uma coisa, o eixo da Terra é inclinado, então não tem uma divisão certa. Ok! Só sei que que lá tem a estação das chuvas e estação das secas. Pois é próximo a linha do Equador e acaba que não tem as quatro estações.
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Na manhã seguinte peguei um ônibus para La Fortuna, uma cidade mais ao norte, em direção à Nicaragua. Cheguei no “terminal de buses” às 8h, pois o ônibus estava marcado para às 8h40. Como não havia ninguém na rodoviária, aproveitei para tomar meu café da manhã. Havia um cheiro connhecido do ar. Quando percebi, vi que o café da manhã deles era arroz, feijão e carne. Isso mesmo! Nunca imaginei. Na verdade em toda América Central é muito comum comer arroz com feijão (é um pouco diferente, como se fossem misturados, eles chamam de “gallo pinto”.

Deu 8h40 e não havia nenhum ônibus e pouquíssimas pessoas. Nem o ônibus tinha chegado. Achei estranho. Aos poucos foi chegando mais gente. Pessoas que estavam no mesmo albergue que eu. Chegou um casal de meia idade, cerca de 50/60 anos, falantes (gosto muito de pessoas falantes e que não se importam com o que os outros vão dizer). É claro que puxei papo com eles. Os dois muito engraçados. Eles iam para San Carlos, uma cidade um pouco antes do meu paradeiro. Contaram-me que não gostavam de viajar de ônibus, pois achavam cansativo, mas eram obrigados porque no último final de semana sofreram um acidente de carro e este estava no concerto. Falaram que a estrada era um pouco perigosa, pois é apenas uma via de ida e outra de volta, mas sempre tem pessoas que acabam abusando o limite. Não o caso deles, pois outro carro que bateu neles.

Arrisquei fazer minhas gracinhas e trocadilhos, mas em espanhol, uhauhauhauhuahau, e deu certo! Falei sobre hora, porque estava muito atrasado. Saímos de lá só 9h40.

Horários de Autobuses
San José para outras regiões




Um fato muito engraçado:
Descobri que tem diferença no fuso horário do Panamá para a Costa Rica de 1h! UAHUHAUHAUHAUA Eu é que estava errado o tempo todo!!!!




No ônibus sentou ao meu lado uma mulher dos seus 40 anos. Conversei com ela durante a viagem. Ela me contou que era da Nicarágua. Mas que veio apra cá ainda jovem, por causa da guerra (como uma ditadura) que ocorreu em seu país. Nem lembrava mais como era e por causa de uma vida trabalhando, nunca teve tempo de voltar. Tinha 2 filhos, já nascidos na Costa Rica. A senhora e o casal saltaram em San Carlos e eu continuei até La Fortuna.

18/09/2008

Panamá

Ao sair do aeroporto, lá estava eu, literalmente sozinho no mundo. Procurei saber como pegaria um taxi para o meu endereço. Perguntei qual a forma mais barata. Descobri que em qualquer aeroporto o jeito é pegar um taxi, mas me disseram para pegar o taxi colectivo, pois sairia mais barato, porque divide com outras pessoas. Saiu por 11 dólares até o meu destino (sendo que na volta do méxico me cobraram 16).

No taxi fiz amizades. Cheguei no albergue, diferente do que eu havia feito a reserva e confirmado ainda no Brasil. Pois o colombiano, que conheci no taxi, me disse que o outro bairro que ficaria não era muito bom. Cheguei na cara e na coragem e por sorte tinha vaga. Foi o albergue mais caro que fiquei na viagem inteira - U$14,30. Tinha café da manhã, internet, quarto com ar condicionado

Hostel El Carmen
U$14,30
Café da manhã
Internet,
Dormitórios mistos c/ ar condicionado
Localização: Razoável (ônibus fácil)

No dia seguinte conheci uma americana que estava morando no Panamá e me explicou como chegar ao Canal. Meu primeiro café da manhã fora foi na rodoviária, no McDonald’s. Eu num sabia que estava incluso na diária do albergue, só no dia seguinte que fui descobrir.

Pelo o que eu observei, o Panamá é um país não muito interessante. Pelo menos a Capital. O trânsito caótico, ônibus antigos, as pessoas não são muito simpáticas – principalmente os motoristas dos ônibus, incapazes de dar um buenos días. A primeira impressão que tive foi péssima. Grande diferença na distribuição de renda. Lugares bonitos, cassinos e outros lugares não muito agradáveis. Na verdade nada diferente das grandes cidades na América Latina inteira, quiçá, do mundo.

A capital, única cidade que estive durante minha estadia nesse país, não tem muitos atrativos. Além de ser tudo em dólar americano ou Balboa, a moeda local em que a proporção é de 1x1. Apenas o Canal chega a ser perto de interessante. A esclusa mais próxima é a de Miraflores. Você pode ir de ônibus até o terminal e pegar um outro que o deixará na entrada do Canal. Terá que andar um pouco (cerca de 1km) até o museu de onde apreciará a passagem de grandes navios. Há uma narração em espanhol e em inglês enquanto assiste. Tem um filme com sessões intercaladas a cada meia hora também nos dois idiomas. A entrada é de US10, mas estudante paga meia (carteirinha de estudante internacional). Se não quiser assistir o filme paga U$7 e 3,50(meia). O horário de funcionamento é de 9h às 17h. Ah, e os ônibus urbanos, que são caquéticos, mas custam U$0,75!



Outra opção na cidade é a parte antiga chamada de Casco Viejo. Arquitetura antiga, prédios e igrejas. Para início de viagem e não sabia o que estava pro vir, então apreciei. Não me senti tão seguro em nenhum momento em que estive passeando. Acredito que era a minha insegurança de estar fazendo tudo sozinho. Mas também a neura de morar no Rio e ficar com o radar ligado 24h por dia. “Para malandragem alheia, carioca é safo”.

Fiquei 3 dias no país. Um dia antes de viajar comprei a minha passagem para o próximo país, Costa Rica. Eu teria ido embora no segundo dia, mas me dei a chance de conhecer novas pessoas e valeu a pena.

A distância entre Panamá e San José, Costa Rica, pelo meus cálculos são mais ou menos uns 800km. Pois foram 12h de viagem e mais 3h na fronteira. A passagem custou U$ 25. Sinceramente não achei caro (caro é Rio - São Paulo, que são 5h e custa 50 reais!).

Um site muito bom da empresa que peguei é esse: http://www.ticabus.com/
Tem todos os horários e preços para praticamente todos os países da América Central. Desde o Panamá até o México.

12/09/2008

Brasil x Panamá - A Partida

Uma semana depois de entregar minha monografia da facul, começaram minhas férias. No dia 2 de julho, exatamente no primeiro dia do meu descanso, começou minha aventura. Saí do Rio pela manhã e fiquei em Guarulhos. Fiquei fazendo hora até pegar outro vôo que iria para o Panamá.

Foram 7h de viagem desde São Paulo, ou Guarulhos?! No avião fiz amizade com a minha “melhor amiga de vôo” como a rotulei e também levei o título de “melhor amigo viajante”. Ela vinha de Maceió, passou por Salvador, foi para São Paulo, pararia no Panamá e seguiria para Porto Rico - que viagem! O pior é que se você for olhar no mapa, Alagoas acaba sendo próximo a Porto Rico. Um vôo que demoraria cerca de 5h, durou o dia inteiro...

A viagem foi tranquila, exceto por 3 cubanos e 2 brasileiros que estavam a nossa frente. Enquanto intercalávamos entre conversas e cochilos, eles bebiam whisky e não paravam de falar. Toda hora que me mexia e acabava acordando, por causa do barulho. Tinha um cubano que parecia estar olhando para nós o tempo todo. Achei que fosse impressão minha, mas depois quando o falatório se tornou mais intenso e não conseguíamos mais dormir, comentamos sobre e tiramos a mesma conclusão. Ela disse que estava com medo do cara!

Depois, quando todos estavam sentados – antes os cubanos e brasileiros estavam em pé e no corredor, um dos cubanos, que estava sentado na nossa frente, apoiou a cabeça no braço e colocou a mão para trás, na altura da cabeça. Ele tinha no pulso, um Rolex de ouro. Ela virou pra mim e disse: -“Olha isso! Quem tem um Rolex de ouro? Ou é muito rico ou é traficante!” , ficamos com a segunda hipótese e ela com mais medo ainda!

Chegando no Panamá, esperamos os cubanos desaparecerem e ficamos rodando pelo aeroporto de Tucumém, que mais parece um shopping center. Você acha de tudo, perfumes, câmeras fotográficas, de vídeo, celulares, eletrônicos... com apenas 5% de imposto! – Igual no Brasil - rsrs - onde recebemos um imposto absurdo e temos a cara de pau de pagar esse valor exorbitante. Idiotas somos nós. Ex: Um tapete do jogo de Wii, Wii Fit, aqui no Brasil custa atualmente 450 reais num lugar mais ou menos barato. Lá o preço era de 112 dólares com imposto, ou seja, num dá nem 200 reais! Aqui é o dobro e mais um pouco...

Depois de muitos minutos, me despedi. Sabia que essa seria a primeira de uma série de amizades que ainda faria. Inseguro por estar num país diferente, sozinho e que não dominava a língua; segui meu caminho.

10/09/2008

Mochilão América Central e México - O Trajeto



Esse foi o trajeto que percorri durante meu mochilão pela América Central e México. Durante 32 dias fiz todos os países . Peguei um avião do Rio para o Panamá, com conexão em Guarulhos. Comecei no Panamá e fui até a península de Yucatán, onde se localiza Cancún.

Do meu ponto final, peguei um vôo para o Panamá, esse também com conexão, mas na cidade do México, para assim, poder pegar meu vôo de volta para o Rio (que também teve conexão em Guarulhos, mas acabei pegando em Congonhas - mais pra frente eu explico).


Para descomplicar os vôos:

Rio-Guarulhos-Panamá
Cancún-México-Panamá
Panamá-Guarulhos-Rio

04/09/2008

Dicas I

Para comprar passagens:

1. Procure passagens com antecedência
Se não for possível - como é sempre o meu caso - procure em sites que buscam passagens de diferentes empresas ao mesmo tempo, te indicando as mais baratas. Ex: www.submarinoviagens.com.br

2. Seja flexível
Na hora da busca, modifique a data. Por exemplo, às vezes no dia 2 é mais caro que no dia 3, ou também não tem mais assentos no dia 10, mas tem no dia 8.
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Toda vez que eu lembrar de algo importante farei um post com o título "Dicas" como esse.

O Antes

Estou surpreso comigo. Até que estou gostando dessa hitória de “blogar” – se é que isso é um verbo, mas se não for passa a ser. Entretive-me o dia inteiro fazendo o layout. Agora à noite me deu ganas de escrever. Quero começar descrevendo como foi a fase antes do meu segundo mochilão e como decidi fazê-lo.
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Após uma temporada aloprada no último ano, passei por um período altamente estressante no último semestre. Desde janeiro iniciei cursos atrás de cursos e quando percebi, ainda tinha que concluir, ou melhor, começar a escrever a minha monografia da faculdade. Sem falar no trabalho, que era de segunda a sábado. Saía cedo e chegava tarde em casa. Tomava banho. Jantava. Mexia na internet - só um pouco. Dormia. Acordava e começava tudo de novo. Ou seja, minha rotina começava às 6h de segunda e só terminava às 12h de sábado.


Agora você deve estar se perguntando: “What the F..?” hahaha! Perguntando por quê estou contando sobre minha vida? Você diria: -“To c...ando um balde! Quero saber da viagem!”, mas exatamente por isso que contei. Como diria uma amiga: “Mato dois coelhos com uma caixa d’água só!!”, pois assim explico porquê “sumi do mundo”: da vida social com os amigos e sobre a viagem.


Da vida social acredito que já tenha explicado. Agora vou contar o por quê da viagem. Já estava pensando em viajar quando terminasse a facul, mas não sabia pra onde. Pensei em ir para os Estados Unidos, Canadá ou Antártida...(não estou brincando!), mas nada certo. Em junho, já quase terminando a monografia, se eu não me engano era dia 14, decidi do nada ir para América Central. Claro que não sou completamente louco! Sou um louco que economiza. Não sei pra quê?! Mas numa decisão como essa ou numa oportunidade que apareça, é possível fazer. Não ter vida social durante o primeiro semestre ajudou bastante – fato!


Baixei uns mapas, fiz mais ou menos um roteiro, sem me aprofundar muito. Pesquisei passagens na internet. No dia 18 consegui o último lugar disponível no vôo para o Panamá (ida e volta). Depois desse dia não consegui encontrar mais nenhum vôo para o início de julho.


Como decidi viajar durante toda as minhas férias, calculei mais ou menos e vi que não daria tempo de voltar para o Panamá de busun. Como eu iria até o México, tive que procurar mais uma passagem de avião, só de ida, do meu ponto final para o Panamá. Mais uma vez pesquisei e encontrei. Escolhi um lugar que fosse perto do caminho que mais ou menos faria, que não fosse tão cansativo para chegar e que sobrasse tempo para aproveitar cada lugar que conhecesse. Decidi que pegaria o vôo de volta em Cancún.

02/09/2008

Apresentação

Alguma hora eu tinha que perder a vergonha na cara e começar esse projeto. A idéia inicial era de começar um blog desde a volta da minha primeira viagem. Mas só agora decidi realmente escrever e contar um pouco das minhas aventuras pelo mundo.
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Vou começar pelo final. Parece estranho, mas é esse momento em que me encontro, um período que você pode chamar: "poupando", "salvando plata", "saving money", como queira, mas é absolutamente isso. Há momentos de formiga e de cigarra. Sinceramente a cigarra é muito melhor, acho que é um dos meus animais preferidos a partir de agora!
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Fiz duas grandes viagens, ou melhor, dois mochilões - momentos cigarra da minha vida. Todas foram ótimas. É claro que houve momentos difíceis, "perrengues", mas esses são os melhores! Pois são os "clímax" da viagem. Na hora é desesperador, mas de uma forma ou de outra tudo se resolve. Momentos esses que nos fazem querer viajar mais e mais, pois são intensos e depois de resolvidos nos fazem sentir realmente vivos.
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Viajar é algo que realmente amo, que faço com um prazer intenso como poucas coisas na vida me fazem sentir assim: completo.
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Por um mês estive viajando. O mês seguinte me readaptando e torcendo para que eu tivesse um insight - como esse que estou tendo agora - para começar a escrever. Como um momentâneo bom artrópodo decidi começar o blog. Assim ocupa meu tempo, relembro cada momento das minhas viagens, eternizando-os e finalmente contando aos meus amigos e futuros amigos que quiserem saber informações sobre os países e cidades por onde passei.